Ontem, (31) foi ao ar uma reportagem no fantástico sobre day trade e a promessa de dinheiro fácil e os perigos da profissão.

Segundo a reportagem, “a prática está ganhando fama no Brasil e o número de adeptos cresce rápido. São os day traders, pessoas que investem na bolsa de valores, mas em uma das modalidades mais arriscadas. Elas apostam em busca de ganhos imediatos, no mesmo dia, quase como se estivessem jogando em um cassino”.

Personagem principal da reportagem, Gustavo, 25 anos, agricultor e aventureiro nas práticas de day trade. Após tentativas frustradas na modalidade em busca de mentores, criou uma página no instagram (reclame aqui do trader) para tentar ajudar outros que, assim como ele, foram enganados com essas promessas falsas.

No Brasil, é conhecida a falta de educação financeira da população em geral. Temos mais pessoas presas que investidores nas terras tupiniquins. Enquanto 0,3% estão na cadeia, 0,29% investe na bolsa de valores.

Desde o fim de 2018, o número de CPFs saltou de 700 mil para 2 milhões em abril de 2020, conforme gráfico abaixo.

Número de investidores na bolsa. Fonte: B3

Agora, como se proteger dos riscos do mercado?

Com a onda INSTAGRAM a pleno vapor, influencers oferecendo todo tipo de produto a todo momento, faz-se necessário uma pesquisa profunda sobre o mentor a ser escolhido.

O primeiro filtro é tentar conhecer bem a pessoa que você está escolhendo. Consuma o máximo de conteúdo que puder e procure por inconsistências no discurso da pessoa. Mentirosos costumam ter mais de uma versão sobre o mesmo fato.

Pesquise também sobre a vida pessoal do influencer. Procure saber qual o currículo da pessoa ou se ela cometeu algum crime. A maioria dessas informações estão disponíveis no site do JUSBRASIL.

Além disso, a B3 disponibiliza um relatório com os inadimplentes: pessoas que ficaram negativas na corretora e não quitaram seus débitos.

Após as pesquisas, compare a grade curricular do curso com o de instituições renomadas (FIA, SAINT PAUL, FGV), e com a grade do curso de outros influencers.

Outra maneira de se proteger é conversar com pessoas que já fizeram o curso, saber se o conteúdo foi relevante e se o profissional entrega tudo o que propõe.

O interessado na modalidade tem que ter em mente que, day trade é o último estágio de um investidor. É necessário conhecimento amplo de micro e macro economia, política e matemática financeira, além de todo o conhecimento necessário para se tornar um investidor.

Também é necessário conhecer bem o ativo a ser negociado. Qual as variáveis endógenas e exógenas que impactam na precificação desse ativo.

É possível viver de day trade?

Antes de responder, precisamos entender que, o day trade é um instrumento usado para ajustar posições e aumentar a rentabilidade de uma carteira. Para isso, o risco da operação é muito bem calculado.

E esse é o principal ponto: GERENCIAMENTO DE RISCO.

Os principais pilares, segundo as recomendações de Basileia são:

Pilar 1: critérios para o cálculo dos requerimentos mínimos de capital (riscos de crédito, mercado e operacional); 
Pilar 2: princípios de supervisão para a revisão de processos internos de avaliação da adequação de capital, de forma a incentivar a aplicação, pelos próprios supervisionados, de melhores práticas de gerenciamento de riscos por meio do seu monitoramento e mitigação. 
Pilar 3: incentivo à disciplina de mercado por meio de requerimentos de divulgação ampla de informações relacionadas aos riscos assumidos pelas instituições.

Pense em uma faculdade, o aluno, durante 4 ou 5 anos aprende várias matérias teóricas diferentes, enfrenta mais um ou dois anos de estágio para só após isso, conseguir sua graduação. No day trade não é diferente, é possível sim, mas só após muitos anos de estudo e dedicação.