Morning Call 14/05

Bom dia,

Marlon Scatolin 14/05/20 às 07:35
Morning Call 14/05

Bom dia,

Enquanto os investidores brasileiros possuem uma série de balanços de peso para digerirem hoje, incluindo Petrobras e JBS, o clima de tensão e aversão ao risco que chega do exterior deve pesar nos negócios locais. Lá fora, a preocupação é com a visão do FED de que uma forte recessão ainda está por vir e com o avanço do coronavírus em países que davam os primeiros passos em direção à abertura econômica.

O aguardado discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pesou nos mercados globais e trouxe preocupações sobre uma recuperação lenta da economia. Powell destacou que o futuro ainda é incerto e que está sujeito a mais riscos negativos, levantando a hipótese de a pandemia de covid-19 pode trazer a recessão pior do que se viu desde a Segunda Guerra Mundial.

A grande expectativa dos investidores estava na possibilidade da instituição adotar juros negativos em um futuro próximo, possibilidade que foi descartada por Powell. Além disso, o Jerome Powell também pediu mais estímulos fiscais dando a entender que as ações da instituição podem não ser suficientes para para evitar os estragos.

Além disso, a preocupação com os novos casos de coronavírus em países que suspenderam parte das medidas de isolamento, como China e Coreia do Sul, também ficam no radar.

Neste cenário de apreensão, as bolsas asiáticas fecharam em queda firme durante a madrugada. Na Europa, o aviso de Powell também pesa nas bolsas, que começam o dia no vermelho. O clima de cautela predominou ontem nas bolsas americanas, que fecharam a sessão em queda. E hoje, a tendência parece ser a mesma, com os índices futuros caindo no começo da manhã.

O exterior negativo ajudou a aumentar o clima de tensão na bolsa brasileira, com o Ibov terminando em queda de 0,13% e as ishares também no vermelho fechando em 0,41%.

Mas, a grande estrela do dia foi novamente o dólar. Sem novas perspectivas de corte de juros pelo Fed, enquanto o Copom deve trazer uma nova queda da Selic na próxima reunião, fez a moeda americana avançar e fechar a sessão com mais um recorde nominal, após subir 0,55%, a R$ 5,9008. A divisa já acumula uma alta de 47,09% no ano.

O dólar forte teve mais um empurrãozinho do presidente Donald Trump nesta manhã. O presidente americano afirmou em entrevista à Fox Business que 'é um ótimo momento para se ter um dólar forte', com as taxas de juros baixas. Após a fala de Trump, o índice DXY, que mede a variação da moeda ante seis divisas, atingiu a máxima do dia, subindo 0,25%.

Brasil se encontra em 6 lugar nos casos de contaminação de covid-19, o pais já registra mais de 177 mil pessoas infectadas. Enquanto o presidente continua defendendo o uso indiscriminado de cloroquina como tratamento para a doença, o ministro da Saúde Nelson Teich alerta sobre o risco do medicamento.

Quinta-feira é sinônimo de divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos (9h30). Os números são um termômetro do impacto do coronavírus na economia americana. No fim da noite, a China divulga uma série de indicadores de atividade.

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