Morning Call 07/05
Bom dia,
Bom dia,
Bom dia,
O mercado local hoje deve refletir o corte da Selic anunciado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e que surpreendeu boa parte dos especialistas. A decisão deve se refletir na queda dos juros futuros e na bolsa brasileira, que ainda tem a turbulência do cenário político para repercutir.
O EWZ, principal ETF brasileiro negociado na bolsa de Nova York, recua no pré-mercado.
Lá fora, as tensões entre Estados Unidos e China ficam em segundo plano, com o mercado repercutindo os bons números da balança comercial chinesa de abril. Nos Estados Unidos, o dia reserva a divulgação do número de pedidos do auxílio-desemprego, que deve continuar trazendo os reflexos do coronavírus na maior economia do mundo.
Ontem o Copom anunciou o corte, surpreendendo o mercado cortando 0,75% renovando a taxa básica de juros de 3,75% para 3,00%
O BC já deixou sinalizado que a próxima reunião deve trazer um último ajuste - não maior que o atual -, para complementar o grau de estímulo necessário para lidar com a crise causada pela pandemia, o que pode levar a Selic a até 2,25% ao ano.
O BC ficará de olho em novas informações sobre os efeitos da pandemia e as incertezas no âmbito fiscal para a decisão na próxima reunião. O mercado esperava um corte de 0,5 ponto percentual na taxa, assim, hoje os investidores devem recalibrar o que já estava precificado e da sinalização do que ainda está por vir. Assim, é bom ficar de olho na queda dos juros futuros nesta quinta-feira e o comportamento do dólar, que se aproxima cada vez mais da casa dos R$ 6.
O Copom também cortou a sua projeção para o IPCA em 2020, passando de 3,0% para 2,4%.
O câmbio mostrou uma força muito forte e mais um novo recorde antes do corte da selic foi feito ontem, dolar fechando no mercado futuro com uma alta de 2,49% e já no a vista 1,97% batendo a casa dos 5,7024. A divisa já acumula uma alta de mais de 42% no ano.
Além da expectativa pela decisão do Copom, também pesou entre os investidores uma maior cautela com o cenário político - com o mercado repercutindo o depoimento do ex-ministro Sergio Moro - e o avanço acelerado do coronavírus.
Tantos fatores negativos também pesaram na bolsa brasileira, que terminou o dia com baixa de 0,51%, aos 79.063,68 pontos.
Lá fora, a quarta-feira também foi de cautela, com as bolsas americanas fechando em queda - o que ajudou a pressionar o Ibovespa. A tensão entre Estados Unidos e China, que vem escalando desde a semana passada, atingiu um novo pico e aumenta a cautela dos investidores em escala global. Na semana passada, Donald Trump acusou a China de ter falhado durante o início da pandemia e ameaçou impor novas tarifas aos produtos chineses.
No novo capítulo do que promete ser uma nova novela entre os países, o presidente Donald Trump disse que a China "pode ou não" manter o acordo comercial bilateral firmado entre as duas maiores economias do mundo em janeiro, após um ano de negociações. Segundo o presidente americano, só será possível saber se o acordo vem sendo cumprido dentro de uma ou duas semanas.
Mas, se na Àsia os investidores ignoraram os bons números, no mercado futuro em Nova York são eles que dão impulso para a alta. Por volta das 7h45, todos os índices (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) apresentavam altas firmes, subindo mais de 1,15%. Também de olho nos dados chineses e na gradual reabertura dos países do bloco, as bolsas europeias também amanhecem no azul. O velho continente ainda reflete a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) de manter sua política econômica inalterada.
No Brasil, o dia é de agenda esvaziada, com foco total nos balanços.
Lá fora, quinta-feira é dia de conhecer os números de pedidos semanais do auxílio-desemprego nos Estados Unidos.