O mau humor externo prevalece na sexta-feira

O exterior, o clima não é dos mais otimistas nesta sexta-feira, 14. As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, após dados mais fracos do que o esperado de indústria e varejo da China e diante da persistência do impasse nas negociações nos Estados Unidos por um novo pacote f...

Marlon Scatolin 14/08/20 às 09:29
O mau humor externo prevalece na sexta-feira

O exterior, o clima não é dos mais otimistas nesta sexta-feira, 14. As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, após dados mais fracos do que o esperado de indústria e varejo da China e diante da persistência do impasse nas negociações nos Estados Unidos por um novo pacote fiscal em reação à crise do coronavírus.

Na quinta-feira, 13, o presidente norte-americano Donald Trump disse que irá bloquear tentativas dos Democratas para incluir um financiamento do serviço postal dos EUA e a infraestrutura eleitoral em um projeto de lei de alívio potencial contra o coronavírus. O mau humor contamina também os futuros dos índices em Wall Street, que operam no vermelho.

Os mercados europeus negociam em baixa, mesmo com dados de alta nas exportações na Zona do Euro em junho. Pesam preocupações sobre uma segunda onda de casos de coronavírus, o que levou o Reino Unido a implementar novas medidas de quarentena. Resta saber se vai ser o suficiente para reverter o clima negativo o anúncio de hoje de que a União Europeia vai comprar 300 milhões de doses de vacina da AstraZeneca.

No cenário interno, a novidade desta sexta-feira é a pesquisa Datafolha, que traz aprovação recorde do presidente Jair Bolsonaro: 37% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom, a melhor proporção desde o início do mandato. Isso, mesmo após o país ultrapassar a marca dos 100 mil mortos pela covid-19. No levantamento anterior, feito entre 23 e 24 de junho, 32% dos brasileiros o aprovavam.

Parte da maior aprovação vem dos mais vulneráveis, que se beneficiaram do auxílio emergencial de R$ 600 mensais, mas também há aumento entre os eleitores mais escolarizados do Sudeste, o que os analistas estão interpretando como reflexo do relaxamento das medidas de quarentena e abrandamento do discurso autoritário de Bolsonaro.

Nessa quinta-feira, o Ibovespa fechou em queda, mostrando que as declarações de Bolsonaro em defesa do teto de gastos não foram compradas pelos investidores, que as consideraram protocolares.

O governo dá sinais de que será mão aberta, liberando dinheiro para obras de infraestrutura, por exemplo, o que tende a não agradar o mercado - a preocupação dos investidores é com a disciplina fiscal em primeiro lugar.

Na agenda de hoje as 9:00, o Banco Central divulga o IBC-Br de junho - para o qual é esperada uma alta de 5,1% em relação a maio - e do segundo trimestre, cuja mediana das projeções da Broadcast é de queda de 10,9%.

No exterior, os EUA divulgam nesta manhã dados de vendas no varejo e de produção industrial em julho - para ambos há perspectiva de alta.

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